quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz Natal e um Excelente Ano de 2010!


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MCMXC a. D. (1990) - Enigma

A ousadia do projecto Enigma, ficou desde logo patente no seu álbum de estreia “MCMXC a. D.”, em que o seu mentor Michael Cretu se propôs a misturar musica de dança com chillout entre outros estilos, criando uma atmosfera contagiante e um álbum bastante curioso e acima de tudo inovador.
Encaro este álbum como uma viagem, um mergulhar num estilo de musica moderno e clássico ao mesmo tempo, um compromisso entre o new age e a mais inovadora música electrónica de Ibiza, um álbum conceptual que flui e que é capaz de nos transportar para bem longe…
A abrir o mote é dado por Lousa Stanley em “The Voice of Enigma” seguindo-se “Principles of Lust” que por sua vez se divide em 3 faixas: “SadnessPart 1” polémica devido ao canto gregoriano utilizado e misturado com sonoridades mais psicadelicas, talvez também essa polémica fosse também ela contributo para o tremendo sucesso que esta faixa atingiu em todo o mundo, continuando com vozes sensuais envolvidos com canto clássico e uma sonoridade de um chillout bastante envolvente e inovador em “Find Love”, voltando depois a um reprise de “Sadness”. Segue-se um tributo lirico a Maria Callas na faixa seguinte “Callas Went Away” com uma excelente batida. Em “Mea Culpa”, o álbum volta ao canto gregoriano, esta faixa inspira-se no canto “Kyrie Eleison” misturando-o com flauta a acompanhar, seguindo-se a visão do Apocalipse em “The Voice & The Snake”, uma faixa psicadélica, seguindo-se a electrónica “Knocking on Forbidden Doors”. “Back of the Rivers of Belief” é também uma faixa que se divide em três faixas: “Way to Eternity” em que se vai buscar a banda sonora do filme “Encontros Imediatos do Terceiro Grau” de Steven Spelberg, partindo dai para o chillout presente em todo o álbum que segue em “Hallelluiah” e “The Rivers of Belief”, e que preenchem 40 minutos de música soberba.
A polémica de utilizar canto geroriano misturando-o com vozes sensuais e música electrónica fazendo o casamento entre a religiosidade e erotismo fez com que os videos de “Principles of Lust”, e “SadnessPart 1” fossem banidos da MTV por serem considerados blasfemos, e tal como qualquer polémica surge a posterior curiosidade não demorando muito tempo para que o álbum atingisse o primeiro lugar em Tops tão diferentes como o Reino Unido, México ou Austrália, nos Estados Unidos o álbum ascendeu até ao 5º lugar, tendo vendido ao todo em todo o mundo mais de 20 milhões de cópias.
A inovação levada a cabo por Michael Cretu e companhia e o seu consequente sucesso e aclamação mundial quer pela critica quer pelas massas levou a que este seja considerado um dos melhores álbuns dos anos 90 e provavelmente o álbum mais influente de sempre da cena chillout/new age, não e injusto negar que se não fosse a sua existência bandas como Era ou Gregorian, que posteriormente fizeram grande sucesso, não tivesse existido e tido a coragem de ousar misturar musica contemporanea com canto gregoriano, também por ai há que verificar a grandiosidade deste trabalho…
Um álbum ideal para ouvir em qualquer altura e que não se pode dizer que tenha um momento “baixo” ao longo dos seus mágicos 40 minutos… mais que uma viagem pela música, um enigma por desvendar que nos envolve a cada faixa…

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Outubro

Tem me sido de todo impossivel actualizar o "Discos de Bolso" com a regularidade que vinha a ser hábito. Desde já as minhas desculpas na esperança e no desejo de poder retomar a actualização regular do Blog.
Obrigado.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

1 Ano!

Um ano passou deste a primeira públicação neste blog. Ao longo deste ano, a musica foi sendo celebrada com maior ou menor regularidade, mas sempre com o mesmo entusiasmo, seriedade e sinceridade. A todos os que comigo colaboraram dando incentivo ou criticando qualquer coisa que por aqui passasse e no geral todos os que seguem o "Discos de Bolso" uma palavra de agradecimento e de que em breve a regularidade volte a ser regra neste espaço, visto últimamente me ter sido impossivel a actualização regular do mesmo.A todos o meu sincero obrigado e... "No music, no life".

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Apetite for Destruction (1987) - Guns n´ Roses

Muito já se escreveu sobre “Apetite for Destruction”, o álbum desta semana, não só pela sua qualidade mas também por todo um conjunto de histórias e mitos que envolvem a sua gravação e uma banda que há altura ousou inovar e assim destacar-se de todo o panorama Heavy Metal /Hard Rock do final dos anos 80, “Apetite for Destruction” é sem duvida o ponto mais alto dessa fase dos Guns n’ Roses.
Numa altura em que ganhavam impacto e estavam na ribalta bandas como os Motley Crue, Kiss ou Twisted Sister, os Guns n´Roses surgiram um pouco na linha destas bandas, mas a sua irreverência e comportamento politicamente incorrecto que desde cedo adoptaram fizeram que se destacassem desde de cedo da cena musical Norte-Americana, e a sua sonoridade mostrou também desde logo que estavam muito mais a frente que todas as outras bandas.
É essa a irreverência que está presente no álbum, a começar pelo titulo que não deixou ninguém indiferente, quanto ao seu contudo, as letras estão repletas de trocadilhos, e segundos significados, e abordavam de uma maneira crua temas como o sexo a violência e as drogas, quanto a sonoridade, os Guns tocavam mais pesado que ninguém e foram buscar as suas influências a pioneiros como os Led Zeppelin ou Black Sabbath, mas também a Aerosmith ou aos Motley Cure, foi como que uma mistura de várias sonoridades que acabaria por provocar uma evolução e uma nova forma de encarar e ver a música dita “pesada”.
Composto por 12 faixas entre elas alguns dos maiores clássicos da banda Norte-Americana, “Apetite for Destruction” começa com a visão dos Guns sobre o Mundo, a irreverente “Welcome to the Jungle” é ainda hoje uma das músicas mais conhecidas da banda e é um grande tema de contestação, o álbum continua a toda a velocidade com “It’s So Easy”, “Nightrain” e “Out Ta Get Me”. “Mr. Brownstone” outro grande clássico da banda, sobre drogas que chegou mesmo a ser censurado em alguns países devido a sua letra. “Paradise City” também conhecida de todos como uma música em que se nota a perfeita sintonia entre Slash e Axl Rose, uma grande faixa. Pelo meio e até ao fim sem esquecer “My Michelle”, Think About You”, “You’re Crazy” e Anything Goes”, não pode nunca deixar de se referir o clássico “Sweet Child O’Mine” em que Slash se apresenta no seu melhor nível tocando um dos “riffs” de maior impacto na história do Rock e a versátil “Rocket Queen”.
Um álbum destes deve ficar inscrito como um dos melhores álbuns da história do Rock, através dele como que uma lufada de ar fresco veio agitar o final da década de 80 e o inicio da década de 90, foi como que um último grito do verdadeiro Rock ‘n Roll que já se encontrava a perder terreno para estilos como o Grunge, consegue-se também retirar deste álbum a excelente forma de uma das melhores duplas da história do Rock: Axl Rose e Slash, que invariavelmente quase como todas as grandes duplas havia anos mais tarde de acabar mal… é tido como um álbum bastante influente, várias vezes referido como um dos melhores álbuns de sempre, arrasador do inicio ao fim tido também pelos fãs como o melhor trabalho dos Guns n´ Roses, foi um trabalho que vendeu mais de 40 milhões de discos em todo o mundo e fez as delicias de toda uma geração de adolescentes que ainda hoje em idade mais avançada não têm vergonha em soletrar de cor os refrões avassaladores de Axl Rose.
“Apetite for Destruction” foi o álbum que apresentou uma das últimas verdadeiras bandas de Rock n´Roll e é pela sua qualidade intemporal…

terça-feira, 28 de julho de 2009

Thriller (1982) - Michael Jackson

A abordagem ao Rei da Pop e a sua carreira torna-se nesta altura inevitável, e nenhuma abordagem seria justa, quando ao falar da carreira discográfica de Michael Jackson se não se falasse de “Thriller”. Depois de um inicio de carreira ligado aos Jackson Five e já com um excelente "feedback" por parte da critica e do público com o álbum anterior a “Thriller”, “Off The Wall” de 1979, foi com “Thriller” que se bateram todos os recordes e foi também com este trabalho que Michael Jackson se afirmava definitivamente como ícone maior da musica Pop e da cultura do Século XX.
O álbum é composto por 9 faixas, todas elas de enorme sucesso fazendo de “Thriller” um trabalho completo do inicio ao fim, quanto ás influências, Michael Jackson mistura de tudo um pouco com a música Pop desde Funk, Soul, R&B e até mesmo Rock o que faz deste álbum um dos mais completos trabalhos da história da musica Pop. A começar as duas primeiras faixas do álbum “Wanna Be StartinSimethin’” e “Baby Be Mine” demonstram as influências Funk do álbum, sonoridades inspiradas em muito na Disco dos anos 70 e na cena de Motown, de seguida surge um dueto entre Michael Jackson e Paul McCartney, uma faixa mais Pop que as anteriores, seguem-se três faixas que ficam na história da musica Pop do Século XX e que dispensam apresentações “Thirller” cujo videoclip é tido como o mais bem sucedido videoclip de todos os tempos e em que Michael Jackson dança no meio de zombies, para que também através dele se notasse alguma influência no oculto e no sobrenatural que este álbum recebeu, a inovação de Michael Jackson foi enorme nesta musica e neste videoclip e o seu prefeccionismo está bem patente, muita critica firma mesmo que Jackson inovou ao transpor com “Thriller” a magia da Brodway para a música. “Beat It” outra faixa intemporal que teve a participação do guitarrista Eddie Van Halen, e que se tornou num hino anti gangues, o videoclip também é muito bem conseguido, na linha de “Thriller” com excelentes coreografias, e “Billie Jean” que é tida como a canção de maior sucesso nos Estados Unidos. Em “Human Nature” E “P.Y.T (Pretty Young Thing)” estão patentes influências R&B e o álbum termina com a “The Lady In My Life” a música mais calma do álbum.
Muito já se escreveu e muito se poderia aqui escrever sobre “Thriller”, mas o essencial é que é um álbum intemporal e que bateu todos os recordes, foi o álbum que mais vendeu na história da música com mais de 100 milhões de cópias vendidas até hoje, quanto a prémios, não é razoável enumerar todas as distinções que este trabalho conseguiu, ficando-me por referir que ganhou no ano de 1983 muitas das categorias dos American Music Awards, dos Billboard Awards e dos Grammys (entre outros). Por todas estas razões seria impensável não referir este magnifico trabalho neste blog, pelos recordes batidos pelos prémios ganhos pela inovação e revolução que Michael Jackson imprimiu na sua musica e muito no trabalho visual e cénico dos videoclips, por todas barreiras que derrubou, e por todos os artistas que influenciou e influência, factores que o catapultaram para o estatuto inevitável de Rei da Pop, e é sem dúvida nesta altura em que a música fica mais pobre que há que recordar o artista que Michael Jackson foi e o que de melhor ele nos deixou e “Thriller” ficará sem dúvida gravado para sempre na história da cultura do Século XX.
Fazer um álbum como “Thriller”é trabalho que só está ao alcance de um génio como Michael Jackson foi e será sempre recordado como tal…

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson (1958 - 2009)

"I said if
You're thinkin' of
Being my brother
It don't matter if you're
Black or white"




terça-feira, 23 de junho de 2009

Rocket To Russia (1977) - Ramones

Em pleno auge do movimento Punk, da banda precursora deste movimento musical e cultural nos Estados Unidos “Rocket To Russia” é um álbum especial que merece destaque como referência daquele movimento, mas também como grande álbum Rock dos anos 70 que é.
Os Ramones formaram-se em 1974 em Nova Yorque e apesar de no inicio da carreira e com os seus primeiros álbuns “Ramones” de 1976 e “Leave Home” de 1977 em que apresentaram uma sonoridade claramente ligada ao Punk Rock, musicas rápidas e curtas, revelando assim uma nova atitude, o reconhecimento contudo e por curioso que pareça, chegou primeiro de Inglaterra e só depois a altura de “Rocket to Russia” é que os Estados Unidos decidiram aclamar os Ramones.
Este álbum mostra de facto uma mudança em relação aos dois anteriores trabalhos, se por um lado mantém a postura Punk, por outro conseguem ir beber a outras correntes musicais e coneguem fazer um álbum bastante abrangente e bem conseguido.
Assim do inicio ao fim assistimos a um desfilar de musicas do mais puro Rock n’ Roll americano como “Cretin Hop” e “Rockaway Beach” dois grandes hino do Punk Norte-Americano, faixas que ainda hoje são recordadas, “Here Today, Gone Tomorrow” e “Locket Love”demonstram o gosto dos Ramones pelo tema do amor, pouco usual no Punk, mas a provarem de certo modo uma certa versatilidade e uma maneira muito própria de encarar o Punk, o álbum segue com faixas mais pesadas “I Don’t Care” e “Sheena Is a Punk Rocker”, esta ultima claramente influenciada pela Surf Music. De seguida temos “We Are a Happy Family” um clássico da banda e “Teenage Lobotomy”, considerada das melhores musicas Punk de todos os tempos, um cartão de visita da banda. “I Wanna Be Well” não foge a linha Punk de quase todo o álbum assim como “I Can’t Give You Anything” e “Ramona”, segue-se a divertida (outra marca dos Ramones) “Surfin Bird” e a terminar, outra grande musica “Why Is It Always This Way”.
Todo o álbum com a duração total de pouco mais de 30 minutos e com 14 faixas não chegando nenhuma a chegar sequer aos três minutos são a prova de que não eram necessárias grandes musicas para fazer grandes álbuns, os Ramones assim como todo o movimento Punk que por esta altura se impunha dos dois lados do Atlântico vinha se opor a ideia de um Rock demasiado elaborado e perfeccionista apanágio do Rock Progressivo e de bandas como Pink Floyd, Genesis ou Camel que dominaram a cena musical dos anos 70. Assim também contrariavam o Rock mais pesado de bandas como os Led Zeppelin ou Black Sabbath, uma vez que ao contrário destas bandas negavam os solos de guitarra e faziam das musicas curtas e rápidas o seu modo de encarar a musica, assim foi sobretudo a álbuns como “Rocket To Russia” que uma nova geração de musicos emergiu devido a este impulso e a esta nova forma de encarar a musica fazendo do Rock um estilo musical acessível a todos, costuma dizer-se que o Punk Rock democratizou a musica, e essa afirmação deve ser tida como verdadeira e não se ficou por ai… O Punk Rock foi sobretudo o mergulhar numa nova cosciência musical que não só abriu a porta a novos musicos mas sobretudo a novas correntes musicais como ao New Wave que também já se encontra em parte presente neste álbum.
“Rocket To Russia” é um trabalho acutilante, com interessantes influências que quando misturadas com o Punk dão um resultado bastante interessante e que merece ser ouvido do inicio ao fim e mergulhar durante meia hora na irreverência do Punk.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Back In Black (1980) - AC/DC

Um monumento ao Rock ‘n Roll, “Back In Black”, o álbum desta semana é um álbum histórico, pelo sucesso comercial que teve mas acima de tudo por tudo aquilo que influenciou e marcou que continua sem duvida a marcar.
Depois do bem sucedido “Highway to Hell” de 1979 a morte trágica de Bon Scott, o até então vocalista dos AC/DC, fez com que a banda andasse um pouco a deriva, muito se especulou, o fim da banda chegou mesmo a ser visto como a saída mais provável, mas os irmãos Young não baixaram os braços e viram em Brian Johnson até então vocalista da banda australiana Geordie, o sucessor natural de Bon Scott, a resposta foi dada de um modo que quase ninguém o faria prever, “Back In Black” não só fazia com que os AC/DC continuassem na ribalta do Rock da altura como os projectava ainda mais para um estatuto de Ídolos a nível mundial.
É dificil de entender o que tornou a sonoridade dos australianos AC/DC tão peculiar nesta fase da sua carreira, depois de mal terem ultrapassado uma crise, mas o que é certo é que “Back In Black” é um álbum completo, puro Rock n’ Roll do inicio ao fim e em que todas as faixas encaixam bem umas atrás das outras “riffs” poderosos, batidas estonteantes e ritmos alucinantes, um verdadeiro espectáculo sonoro… A começar “Hells Bells” com uns sinos a tocar como que para Bon Scott, uma faixa sombria a manter a temática infernal tantas vezes já ilustrada no universo AC/DC até a data, seguida de grandes e enérgicos temas de puro Rock n’ RollShoot to Thrill”, “What Do You Do for Money Honey?”, “Givinthe Dog a Bone” e “Let Me Put My Love Into You”. Segue-se a potente “Back In Black” que da titulo ao álbum, um clássico da banda marcada pela sua batida e pela poderosa performance do novo vocalista Brian Johnson. Segue-se outro clássico, a bem humuradaYou Shook Me All Night Long”, seguindo-se as “pesadas”, “Have a Drink On Me” e “Shake a Leg”. O álbum termina um grande com outra grande “malha”, “Rock n’ Roll Ain’t Noise Pollution”, um verdadeiro hino, para todos os fãs da banda australiana e do Rock n’ Roll em geral, e que diz tudo acerca da forma como os AC/DC encaravam e continuam a encarar a musica.
Um álbum poderosa abrir os anos 80, numa fase que se espectava menos boa da banda a resposta a morte de Bom Scott foi esta e não poderia ser melhor, aliás este trabalho é também visto como uma verdadeira homenagem ao anterior vocalista desde logo com a faixa inicial “Hells Bells”, ou “Back in Black”, o nome do álbum e a capa também não são por acaso pois demonstram o sentimento de luto que a banda atravessava.
É difícil explicar como é que um álbum de sonoridades tão pesadas conseguiu vender tanto, até hoje mais de 43 milhões de cópias, sendo o 2º álbum mais vendido de todos os tempos logo atrás de “Thriller” de Michael Jackson, quando de fala em AC/DC, este álbum deve ser visto como a sua referência máxima mas não só, é um álbum que marcou toda a sonoridade Hard Rock que se fez e continua a fazer, um álbum completo, de topo, e indispensável na discografia de todos os que apreciam bons momentos de verdadeiro Rock n’ Roll carregados de energia e entusiasmo que só os AC/DC conseguem transmitir, uma verdadeira obra-prima.
Depois de quase 30 anos convém recordá-lo quanto mais não seja para abrir o apetite para o concerto de amanhã em Alvalade… “Rock N’ Roll Ain’t Noise Pollution!”


Rock and Roll Aint Noise Pollution - AC/DC/AC-DC

segunda-feira, 25 de maio de 2009

The Man-Machine (1978) - Kraftwerk

Numa altura em que a musica electrónica começava a surgir com algum impacto mas ainda dava os seus primeiros passos, os avanços davam-se muito a conta dos alemães Kraftwerk e de trabalhos que marcaram toda uma Década de 70 mas acima de tudo toda a musica a nível mundial, no que dai em diante se fez e continua a fazer.
Álbuns como “Autobahn” de 1974 que deu um primeiro grande impulso a musica electrónica ou “Trans-Europa Express” de 1977, o álbum desta semana “The Man Machine” é talvez o álbum que marca uma certa evolução da banda quer num sentido musical quer estético que viria a alterar o modo como a musica era encarada.
Se nos trabalhos anteriores a “The Man Machine”, se notou uma clara vertente de minimalismo e experimentalismo, em que se dava mais importância ao instrumental, “The Man Machine” vem a confirmar-se ser um álbum diferente, um trabalho em que os Kraftwerk colocam todo o experimentalismo electrónico que os caracterizava ao serviço da musica Pop.
Assim, este álbum é composto por 6 faixas, todas elas apanágio de uma temática futurista e tecnológica como que uma homenagem musical ao compatriota Fritz Lang e a sua mais conhecida obra “Metropolis” meio Século depois. Todas as faixas são tambem indivualmente tidas como referência na longa carreira dos Kraftwerk. Em “The Robots”, uma faixa diferente do até aqui realizado pela banda um tema Synth-Pop, a abordagem futurista é feita de um modo irónico e provocador, continua-se em tons robóticos com “Spacelab” e “Metropolis”. Destaque merece “The Model”, um tema demasiado Pop para aquilo que os Kraftwerk vinham a fazer, um tema dançável e que ainda hoje se considera vanguardista, surpreendente. “Neon Lights” e a faixa titulo “The Man Machine”musicas que ainda hoje perduram, e que são indispesnáveis nas apresentações ao vivo e nas colectâneas da banda alemã.
Um álbum que se pode dizer não ser longo mas que enche as medidas, nada nele é feito ao acaso e não se pode dizer que haja momentos e experimentalismos a mais, um álbum completo.
Inspirador, futurista e inovador em minimalismo que caracterizava a banda alemã continua em certa medida presente, bem como o conceptualismo contudo como já frizei tudo é feito seguindo uma abordagem mais Pop, como que uma afirmação do verdadeiro potencial da banda, o tema do álbum assenta que nem uma luva a banda, e essa mistura de conceptualismo, futurismo de exploração minimalista de certas sonoridades tudo aliado com uma vertente mais comercial veio sem duvida a influenciar a musica dai para a frente. Diz-se muitas vezes que principalmente este álbum foi verdadeiramente o primeiro álbum Synth-Pop produzido e que veio a infuênciar todos os “New Romantics” dos anos 80 que surgiram principalmente na Inglaterra como Duran Duran, Visage ou Depeche Mode. Há também quem considere este trabalho, grande impulsionador do movimento New Wave que surgiu no final dos anos 70 e no inicio dos anos 80. todas estas referências provam que os Kraftwerk estiveram não na génese da musica electrónica e que graças ao seu trabalho devemos muita da musica electrónica e Dance Music que hoje se ouvem, que um pouco toda a musica que se fez dai em diante tem o cunho deste colectivo alemão sendo a ser considerada como uma banda que chegou e chega a influenciar tanto como os Beatles…
Um trabalho que consta da lista dos melhores álbuns do Século XX, torna-se sem sombra de duvidas um trabalho imprescindível goste-se ou não de musica electrónica, nem que seja pelo simples facto de que passados mais de trinta anos continuar ser catalogado de futurista…


The Robots - Kraftwerk

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Unknown Pleasures (1979) - Joy Division

Mais importante do que entender cada letra deste álbum, torna-se necessário conhecer o meio, a época e o mundo que rodeava o lider dos Joy Division, Ian Curtis. Formados após um concerto dos Sex Pistols, numa altura em que o Punk atingia o auge na Grã-Bertanha, e em que se assistia ao aparecimento de novas bandas com uma nova estética a todo o momento, numa cidade cinzenta como Manchester onde o escape era muitas das vezes a musica… Foi todo este complexo de factores que resultou nos aparecimento dos Joy Division, porém o mais difícil de explicar ou até tentar compreender será a a mente de Ian Curtis, motivado por uma criatividade genial ou “qui-ça” pelos seus inumeros problemas pessoais acabou por pintar o Rock e a decada de 80 de tons cinzentos…
O álbum de estreia dos Joy Division “Unknown Pleasures” é sem duvida um marco na musica do séc XX, não só pela sua qualidade presente em todas as musicas que o integram mas acima de tudo porque foi um trabalho que tudo pôs do avesso e a partir dai, nada na musica voltou a ser como dantes.
Ao longo do álbum, uma sonoridade nova sobressai, não é punk, mas também não é aquele rock como o habitual dos anos 70, também não é nenhum compromisso entre esses dois estilos, é algo de surpreendentemente novo… o álbum é marcado por essa estética e sonoridade e em que o uso e abuso do linhas de baixo de Peter Hook executadas na perfeição se conjugam com uma bateria quase “militar” de Stephen Morris, e “riffs” arrojados da guitarra de Bernard Sumner. Exemplo disso são as primeiras faixas “Disorder” (abertura em grande), “Day of the Lords”, que demonstra todo o explendor da sonoridade patente deste álbum ou as “claustrofóbicas” “Candidate” e “Insight”. É difícil neste álbum encontrar um momento alto, todo ele é excelente do inicio ao fim, mas talvez se possa indicar “New Dawn Fades” como a musica que mais se destaca, mas essa análise é difícil, uma faixa “assustadora” em que Curtis provavelmente se quis referir a temática da mudança (?). O álbum arranca novamente para faixas mais ritmadas como “She´s Lost Control”, retratada no recente filme de Anton Corbijn sobre Ian Curtis e os Joy Division, “Control” como uma faixa inspirada num caso de uma jovem epiletica que impressionara Ian Curtis que tambem sofria dessa doença, uma faixa mais voltada para o punk, mais acelerada. Em “Shadowplay”, Curtis aborda a morte, encontros e desencontrostendo como fundo o meio urbano numa das musicas mais conhecidas dos Joy Division, segue-se a “industrial” “Wildserness” e a fechar novamente sonoridades mais inspiradas pelo “punk” em “Interzone” e um grande final em “I Remember Nothing”.
Por muito que se tente explicar ou compreender a carga lírica depressiva de Ian Curtis, é uma tarefa ardua, nem Hook, Sumner e Morris, na altura o conseguiram, e isso pouco importa, o que mais ressalta é a profunda tristeza e angusita sempre presente , uma tristeza como que irremediável e consentida, como que a antever um final trágico e ao mesmo tempo envolta numa sonoridade cativante. Costuma dizer-se que há o antes e o depois dos Joy Division e a banda de Manchester foi sem duvida neste álbum pioneira de uma nova fase da musica que ai vinha, nunca ninguém tivera a coragem de a abordar deste modo, tornando-a sofrega e cinzenta, como que uma longa viagem por um imenso deserto de desolação e tragédia, como neste álbum, e tudo o que veio a seguir foi diferente como não podia deixar de ser… A Década que ai vinha descobrira a sua identidade musical graças a este quarteto a e muito por culpa deste álbum, tidos como os fundadores do rock-gótico ou do chamado post-punk foram inspiradores de tudo o que dai se fez em diante mas principalmente e em especial de bandas como Depeche Mode, The Cure, The Smiths, Sisters of Mercy ou mais recentemente The Killers e Interpol. E Manchester essa cidade onde nada se passava, passou de um momento para o outro a ser o centro de toda a criatividade musical da Grã-Bertanha.
Muito se tem dito e escrito sobre o trágico suicídio de Ian Curtis no dia 18 de Maio de 1980, aos 23 anos dias antes de partir para a primeira Tour dos Joy Division nos Estados Unidos, os problemas pessoais como o casamento desfeito e a relação com a amante, bem como a epilepsia que cada vez se agravava mais, ou a dificuldade em lidar com a sua crescente ascenção mediatica foram talvez prenuncio de um desfecho inevitavel de alguem que apesar de todo o futuro brilhante que se lhe antevinha, mostrou acima de tudo que era um comum ser-humano, com problemas, defeitos e qualidades e que ás sucessivas e frustradas tentativas de fuga do seu “labirinto”, disse como o próprio escreveu na carta de despedida “Não aguento mais…”, inscrevendo o seu nome na lista dos icones imortais da musica do Sec. XX e protagonizando uma das grandes histórias da musica do nosso tempo…


Disorder - Joy Division

Ian Curtis (1956 - 1980)


"So this is permanence - love's shattered pride
What once was innocence, turned on its side
A cloud hangs over me - marks every move
Deep in the memory of what once was love."

terça-feira, 12 de maio de 2009

Abraxas (1970) - Santana

Da banda de Santana, banda com o mesmo nome, que o guitarrista mexicano ajudou a fundar em São Francisco na California, “Abraxas” o álbum desta semana é um album surpreendentemente rico, onde várias sonoridades e culturas se cruzam numa excelente maneira de celebrar a musica. Depois do também surpreendente “Santana” de 1969, que abriu os horizontes e as perspectivas para uma nova forma de encarar o Rock, “Abraxas” é contudo e ainda hoje o álbum que maior reconhecimento trouxe á banda de Carlos Santana.
O surpreendente neste trabalho, é o modo versátil e simples como se misturam diferentes ritmos e instrumentos nunca dantes vistos como congas entre outros instrumentos de percursão em perfeita consonância com sonoridades mais ligadas ao Blues e ao Rock. Assim logo a abrir este mágnifico trabalho surpreende-nos um tema que não destoa do acima mencionado “Singing Winds and Crying Beasts” um excelente tema, perfeito para iniciar este trabalho, uma faixa calma com a inclusão de instrumentos de percurssão latinos e o orgão a fazerem as honras, uma faixa em que a guitarra fica em segundo plano. Segue-se porém a mais ritmada e conhecida de todos “Black Magic Woman/Gipsy Queen” composição de Peter Green dos Fletwood Mac, mas que acima de tudo Santana imortalizou, nesta faixa está bem patente a influência latina de Santana e a guitarra com riffs e solos que ainda hoje são sua imagem de marca, este é ainda hoke talvez a musica mais conhecida que serve de acrtão de visita a Santana e a sua banda. “Oye Como Va” é a musica que se segue e sem duvida também um grande classico de Santana e da musica latina, uma faixa que fez sucesso e que ajudou a catapultar este álbum para os tops e foi não poucas fazes parte de banda sonora de inumeros filmes ou series televisivas. Nesta altura, já o álbum já nos contagiou a todos e e dificil não reparar e ficar alheio a tanta energia e a tanto ritmo latino aliados com a perfeição da guitarra de Santana como provam as faixas “Incident at Neshabur”, “Se a Cabo” ou “Mothers Daughter”. O álbum acalma com a magnifica “Samba Pa Ti”, um magnifico slow, uma faixa mágica também ela das mais conhecidas do guitarrista mexicano, uma faixa em que sobressai a guitarra conjugada com o orgão, trasmitindo sonoridades exoticas e ambientes torridos de paragens Mexicanas. Depois desta magnifica “pausa” o álbum volta ao normal com as faixas “Hope You’re Feeling Better” e “El Nicoya” a encerrar em beleza.
Mais que um álbum este trabalho promete uma viagem, uma viagem por sons, culturas, paisagens, um verdadeiro transmissor de sensações sempre executado de forma exemplar por excelentes musicos como José Areas ou Gregg Rolie e claro, Carlos Santana. Sem medo estes mágnificos musicos inventaram então o chamado Latin Rock em que se misturavam sonoridades tão diversas como a Salsa, o Jazz ou o Blues. Um álbum que atingiu as cinco platinas nos Estados Unidos da America e que é hoje em dia ainda um grande embaixador da cultura Mexicana do guitarrista Carlos Santana e acima de tudo da musica latina.
Sem duvida um álbum indispensavel na discografia de qualquer um de nós, arrebatador do inicio ao fim.


Samba Pa Ti - Carlos Santana

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Regresso...

Devido a ausência por motivo de férias e a posterior impossibilidade devido ao excessivo trabalho a nivel académico, não me tem sido possivel actualizar este espaço com a regularidade que vinha a ser praticada e que eu gostaria.
Desde já o meu pedido de desculpas e de compreensão, reiterando a vontade de voltar a regularidade normal de actualização do "Discos de Bolso" em breve...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Leonard Cohen regressa a Portugal

Um ano depois de Leonard Cohen ter actuado no Passeio Marítimo de Algés, surge a noticia do seu regresso a 30 de Julho para um concerto no Pavilhão Atlântico.
Esta é uma oportunidade para poder ver um dos mais influentes compositores do Século XX, um regresso algo inesperado mas sempre aclamado, que vem confirmar o ano de 2009 como um ano de grandes concertos em Portugal.
Os bilhetes encontram-se a partir de hoje a venda nos locais habituais.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Close to the Edge (1972) - Yes

Depois de uma década de 60 repleta de sucessos musicais de três minutos que invadiam as radios e que tanto sucesso fizeram, a nova década dava sinais claros de que a musica iria muito mais alem, mostrando-se muito mais elaborada e perfeccionista, esta é uma altura em que o rock progressivo começava a impor-se na cena musical a nível mundial, e os Yes depois de um inicio de carreira muito marcado por inúmeras entradas e saídas da banda e correspondente instabilidade, consegue no ano de 1972, dois álbuns bastante bem conseguidos e aclamados pela critica. Falo de “Fragile” e do álbum desta semana “Close to the Edge”.
Um álbum marcadamente progressivo “Close to the Edge” apresenta somente três faixas “Close to the Edge”, “And You And I” e”Siberian “Kathru”, as duas primeiras que por sua vez se subdividem em outras partes. “Close to the Edge” inspirada na obra “Sidarta” de Hermann Hesse, é talvez a mais versátil de todo o álbum,com mais de 18 minutos, subdivide-se em quatro partes, “The Solid Time of Change” uma faixa versátil com uma balburdia musical, que dá lugar a uma linha mais normal de um som progressivo . “Total Mass Retain” surge na consequência da parte anterior e dentro da sua linha, seguindo-se a parte “I Get Up I Get Down” com uma linha sonora bem mais calma em que se destaca o teclado de Rick Wakeman influênciado em Bach. A faixa “Close to the Edge” termina em grande com a ultima parte “Seasons of Man” em que se destaca novamente os teclados a magnifica voz de Jon Anderson, poerfeitamente encaixada no estilo musical em causa. A faixa seguinte “And You And I” divide-se igualmente em quatro partes, “Cord of Life”, “Eclipse”, “The Preacher The Teacher” e “Apocalypse”. Nesta faixa destaca-se mais uma sonoridade acústica em todas as partes em contraste com um maior destaque aos teclados na faixa anterior, referência também deve ser feita inevitavelmente as influências religiosas a que Jon Anderson recorre que viriam também a ser utilizadas muito em especial no álbum seguinte dos Yes “Tales From Topographic Oceans” do ano seguinte. A faixa que encerra o álbum é “Siberian Kathru” uma faixa que ao contrario das anteriores não está dividida em partes e que é bem diferente de todo o que há para trás no álbum visto estarmos perante uma sonoridade claramente influenciada pelo rock n’roll, uma faixa rápida e em que se destaca como não podia deixar de ser a guitarra de Steve Howe e também a qualidade e versatilidade de toda a banda.
Um álbum com temas longos mas sem ser muito longo, expoente máximo do espectáculo perfeccionista e elaborado que foi o rock progressivo nos anos 70, é apontado como um dos melhores álbuns do género e que depois dele os Yes também se tornaram numa referência musical a nivel mundial. Apesar de todas as referências surrealistas características do rock progressivo e bem presentes neste álbum, bem como as musicas com longos instrumentais altamente elaborados, é um álbum que mesmo para quem não admire muito todo o espectáculo e parafernalia progressiva, não terá dificuldade em ouvir e a ficar preso do inicio ao fim.
Aclamado pela critica desde o seu lançamento como referência máxima no artrock/progressivo, qualidade que o tempo veio provar e e visto a distancia destes anos todos continua a ser um álbum de topo e deve servir não só como referência dos Yes, mas acima de tudo como expoente máximo do que foi a musica na década de 70.


And You and I: Cord of Life/Eclipse/The Preacher the Teacher/Apocalypse - Yes

segunda-feira, 16 de março de 2009

Tattoo You (1981) - The Rolling Stones

Depois de uns anos 70 passados no topo em que lançam álbuns tão bem sucedidos que ficam para a história da musica do seculo XX como “Sticky Fingers” de 1971, “Exile On Main St.” de 1972 ou “Some Girls” de 1978, vinha ai a nova década, novas influências e um novo contrato a nível discográfico, desta feita com a EMI. Novos desafios se aproximavam, e os Stones encararam-nos a sua maneira e sem tabus, como sempre o têm feito ao longo da sua carreira já com mais de 4 décadas…
“Tattoo You”, o álbum desta semana surge nesse contexto, e devo dizer que nunca foi um álbum que recolhesse unanimidade entre os fãs dos Stones. A meu ver, não há duvida que os Stones tentam inovar (apesar de não se notar muito) e uma nova abordagem em termos de sonoridade fugindo de algum modo da praticada na década de 70, mas não deixa de ser um álbum á Stones.
Temas como “Start Me Up” a contagiante e universalmente conhecida a abrir, um tema que marca toda a carreira da banda britânica, Rock n’ Roll puro com uma estética mais ligada a nova década, “Hang Fire” outra grande malha, na linha de “Start Me Up”, uma faixa que penso que nunca lhe foi atribuído o devido valor. “Slave”, é a faixa seguinte e mais um tema provocante… um tema á Rolling Stones, seguindo-se “Little T & A” em que os riffs da guitarra de Keith Richards se destacam. Para alem destes temas de puro Rock n’Roll, e porque nenhum álbum dos Stones é homogéneo, “Tatto You” também o não é, segue-se duas musicas que fogem um pouco a linha traçada pelas faixas iniciais. “Black Limousine” com claras influências de Blues e “Neighbours” uma musica recebeu algumas criticas por parte dos fãs com uma sonoridade mais pesada. O álbum toma depois um caminho bastante diferente das faixas iniciais com musicas como “Worried About You” uma excelente faixa, uma musica calma mais sentimental com uma interpretação soberba de Mick Jagger a demonstrar e bem a sua versatilidade vocal, a atrevida “Tops”, “ Heaven” e “No Use In Crying” todas elas musicas mais calmas. O álbum termina como começou, em grande com a fantástica “Waiting On a Friend”, uma excelente forma de terminar este magnifico trabalho com claras influências de Jazz e Blues, a mensagem é um verdadeiro hino ao Rock: apesar de todos os problemas e das dificuldades de cada um, haverá sempre amigos, saídas á noite, diversão e…Rock n’ Roll.
Um trabalho muito bom que apesar de dividir um pouco os fãs dos Stones é a meu ver um excelente trabalho que mostra e bem a versatilidade musical da banda, tentando misturar vários estilos num só álbum, em que está bem patente a grande qualidade dos musicos, para álem de ser apelativo pelas grandes malhas de puro rock n’ roll que contagiam qualquer um. Foi o primeiro trabalho com a EMI e o único grande sucesso comercial com esta editora, atingiu o número 2 no Reino Unido e o número 1 nos EUA. Com a Tour desse ano, os Stones usam pela primeira vez palcos moveis bem como uma imensa parafernália de som e luz que caracteriza até aos dias de hoje os espectáculos dos Rolling Stones. A capa da autoria de Peter Corriston que mostra um Mick Jagger completamente tatuado, ganhou em 1982 o Grammy para melhor capa.
“Tattoo You” é um álbum imprescindível para quem gosta de Rolling Stones, mas acima de tudo para quem gosta de bom Rock n’ Roll.


Start Me Up - The Rolling Stones

segunda-feira, 9 de março de 2009

The Velvet Underground & Nico (1967) - The Velvet Underground

Muito tempo antes de se ousar falar em guerras de egos no seio das bandas, nos Velvet Undergound já havia esse ambiente, em plenos anos 60, “The Velvet Underground & Nico” o primeiro álbum dos Velvet Underground, surge nesse contexto, e não é preciso ir para alem do titulo para perceber uma das manifestações dessa forma de “guerrilha interna” em que Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison e Doug Yule não consideravam a modelo Nico imposta pelo “mecenas” da banda, Andy Warhol. Dai a separação e o nome do álbum ser este.
Mas esse era apenas um ponto em que a banda de Nova Yorque se mostrava a frente do seu tempo, desde logo, o modo como Andy Warol, tentando experimentar novas formas de arte, o fazia neste caso patrocinando o banda cedendo-lhe um espaço, a Factory, onde não só os Velvet Underground como outros artistas davam azo as suas divagações artísticas nos mais diversos ramos da arte. Com todo este ambiente em que que se estava rodeada completamente por arte, o resultado só poderia ser uma obra de arte. “The Velvet Underground & Nico” é sem duvida essa obra de arte fruto dessa ideia de corrente artistica materializada pela Factory de Warol e da ambição de musicos excelentes, perfeccionistas e obcecados pela sua forma defazer musica. Não é um álbum fácil, nem o pretende ser, assim como a carreira dos Velvet Undergound nunca foi um conto de fadas, este álbum também não o pretende ser surge como fiel imagem da banda em que toca em temas proibidos para America de então mergulhada no “Flower Power”. Assuntos como as drogas, a prostituição, a miséria, contando a história de uma América e de um universo urbano desconhecido mas real.
A sonoridade também ela é inovadora para o que se fazia na altura, misturando vários estilos e dispersos por diversos temas do álbum. Sonoridades mais ligadas a uma estética musical Pop,Sunday Morning”, “Femme Fetale” “There She Goes Again”, “Run Run Run”, ou “I´ll Be Your Mirror” de sonoridades mais experimentais e alternativas em “Venus in Furs”, “All Tomorrow’s Parties” ou “ Heroin” e em que se fazia uso e abuso de riffs e distorção de guitarra em temas como “European Son”, com longos um longo e experimental solo bem como musicas mais directas, “The Black Angel Death Song” ou “There She Goes Again”. Todas as musicas, acompanhadas de uma estética inovadora, são acompanhadas de letras marcantes e profundas, perfazendo uma combinação excelente.
Há quem considere que “The Velvet Underground & Nico” foi o primeiro álbum Punk, isto 10 anos antes do surgimento do dito movimento, e essa facto não pode ser de todo negado, uma vez que foi o primeiro álbum a abordar realidades mais alternativas e até então nunca abordadas pela musica, foi como que um álbum contra-cultural uma vez que inovava tanto a nível lírico como musical e era oposto a tudo o que se fazia na década de 60 quer nos EUA, quer na Europa. Aquela vertente cultural alternativa como o Punk teve o seu inicio com este trabalho. E de facto o potencial e a qualidade deste trabalho só foi reconhecido verdadeiramente aquando do surgimento do movimento Punk, 10 anos depois do seu lançamento o que demonstra sem duvida o quanto a banda estava a frente do seu tempo. Quanto a vendas, foram poucas, chegando mesmo a sua venda a ser proibida em certos locais devido a sua linguagem, demasiado directa e crua para a época, foi um autêntico fracasso comercial na altura em que foi lançado. Mas a qualidade dos álbuns não se mede pelo numero de vendas, mas sim pela sua influência futura e quanto a isso, não há álbum como este que influenciou desde o movimento Punk, até ao Grunge de Seattle, passando como não podia deixar de ser por toda Pop mais cinzenta da década de 80, continuando ainda hoje a influenciar como nenhum álbum e nenhuma banda como os Velvet Underground.
A juntar a isto só falta referir a capa que dispensa apresentações, capa reflexo da Pop-Art de Andy Warhol, que fez com que o álbum passasse a ser conhecido como o “álbum da banana” e que faz dele uma obra de arte indispensável, por dentro e por fora.


Ill Be Your Mirror (Single V - The Velvet Underground & Nico