quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

AC/DC em Portugal

Depois de muita especulação e de um imenso silêncio por parte das promotoras, é oficial, os AC/DC vão estar em Portugal para um concerto no Estádio de Alvalade XXI no dia 3 de Junho, concerto que integra a Digressão Europeia da "Black Ice tour".
É sem duvida um dos regressos mais aguardados pelo público português, a banda Australiana não vem a Portugal desde 1996, onde actuou no dia 6 de Julho no Estádio do Restelo.
Os bilhetes estarão a venda a partir deste Sábado, dia 21 de Fevereiro e não se antevê que demorem muito tempo a esgotar...
Sem duvida, um dos concertos do ano!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tubular Bells (1973) - Mike Oldfield

Curiosa e fascinante é a estória do álbum desta semana, “Tubular Bells” do britânico Mike Oldfield. Muito se tem dito e escrito acerca deste álbum e de todas as curiosidades que ele envolve, a mim e passados mais de 30 anos continua a ser um álbum do qual não prescindo.
Não se pode dizer que Mike Oldfield fosse um “novato” nas andanças da musica. Quando com apenas 19 anos compôs “Tubular Bells”, já havia participado em projectos como os Softmachine ou Sallyangie (com sua irmã Sally Oldfield), mas o que é fascinante em Mike Oldfield é a sua capacidade de autodidacta que o levou a aprender a tocar um sem numero de instrumentos e aos 19 anos o levou a compor um álbum com a complexidade de “Tubular Bells”. Contudo, como é fácil de calcular uma peça musical dividida em duas partes de mais de 20 minutos não havia de ser fácil de vender e mesmo com a ajuda de outro génio, o então desconhecido Richard Brenson, proprietário do estúdio onde Oldfield gravara “Tubular Bells”, que tentava junto das editoras que o álbum pudesse ser editado, tentativas estas todas frustradas, era impensável editar um álbum de um jovem de 19 anos, completamente instrumental e com aquela duração, fracasso a vista pensavam as editoras… Foi então que Brenson teve a excelente ideia de fundar a sua própria editora para comercializar "Tubular Bells", e assim fez. A Virgin foi fundada por Richard Brenson com o único objectivo de comercializar Tubular Bells e o objectivo foi mais que cumprido uma vez que “Tubular Bells” vendeu mais de 16 milhões de cópias.
O sucesso, teve tanto de curioso como de inesperado, nada fazia prever que um álbum como “Tubular Bells”, instrumental, e com uma longa duração que fazia dele um álbum “supostamente” pouco comercial, mas o que é certo é que vendeu e vendeu bem , sendo o álbum de rock instrumental que mais havia vendido até então. Este facto foi até alvo de estudos sociológicos, e é tido como um grande influência no campo da musica instrumental, chillout, new age e progressivo.
O segredo para o sucesso, ninguém o saberá apontar mas a mistura de sonoridades e de instrumentos, a sua grande maioria tocados pelo próprio Mike Oldfield, em que se cruzam instrumentos de cordas, campainhas tubulares e piano, com claras influências minimalistas e progressivas, e uma sonoridade melódica muito própria da guitarra de Mike Oldfield, que é ainda hoje sua grande imagem de marca, fez dele um álbum até a data pioneiro, e sem duvida único que marcou uma época.
A parte inicial de “Tubular Bells” serviu mesmo de banda sonora de um grande filme da época “O Exorcista”.
A atmosfera deste álbum é envolvente e é um trabalho que merece ser escutado da primeira a ultima nota, uma excelente composição de um dos grandes compositores da musica moderna, também conhecido como um dos melhores guitarristas do mundo e pelo seu autodidatismo e versatilidade enquanto multinstrumentista, capaz de juntar os mais diversos instrumentos, criando ambientes musicais únicos.
A capa também tem de ser referida, umas imagem apelativa e muito bem conseguida de uma campainha tubular dobrada e como fundo o mar, uma capa que ilustra sem duvida muito bem o conteudo musical deste trabalho.
Tubular Bells é sem duvida o trabalho mais conhecido de Oldfield, como que se de uma imagem de marca se tratasse, foi revesitado em 1992 em “Tubular Bells II” com uma abordagem diferente, mas que também chegou a número 1 no Top Britânico, em 1999 surge “Tubular Bells III” com uma abordagem inspirada claramente na musica electrónica e em 2003 com “Tubular Bells 2003”, mostrando o fascínio de Oldfield por esta obra e a sua tentativa de a revisitar das mais diversas formas, pois segundo ele nunca ficou satisfeito com o resultado final de “Tubular Bells”.
Um grande álbum, e uma das primeiras e bem sucedias abordagens a musica new age/chillout sem preconceitos, e com grande qualidade… imprescindível.


Tubular Bells Part 1 [The Exorcist] - Mike Oldfield

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

The Wall (1979) - Pink Floyd

Com a criatividade dos Pink Floyd da exclusividade de Roger Waters, nota-se uma clara tendência por trabalhos conceptuais, exemplo disso é “Animals” de 1977 e principalmente o álbum desta semana, “The Wall”.
“The Wall” é de facto um álbum especial, que marcou uma época e uma geração e continua até hoje a fazer parte do nosso imaginário musical e artístico.
A ideia de “The Wall” surge em consequência da Tour de “Animals”, em que na mente de Waters devido ao seu muitas vezes mau relacionamento com o publico e consequente necessidade de abstracção dos Pink Floyd em relação á audiência lhe surge a ideia de construir um muro entre a banda e o público.
No duplo “The Wall” Roger Waters conta-nos a estória de Pink, uma estrela rock, (um misto do próprio Roger Waters e do antigo lider dos Floyd Syd Barrett) que ao longo da sua vida vai tendo alguns traumas, como o facto de nunca ter conhecido o pai, ideia presente na faixa “Another Brick in The Wall (part 1)”, a guerra “Goodbye Blue Sky”, “Vera” ou “Bring the Boys Back Home” o facto de ter sido “massacrado” na escola e de a sua infância ter sido desperdiçada em coisas para as quais não tinha vocação ficando privado de fazer aquilo que mais gostava “The Happiest Days of Our Lives”, “Another Brick in The Wall (part 2)”, foi demasiado protegido pela mãe “Mother”, um casamento mal sucedido em “Nobody Home” e o uso e a vida de estrela da musica alvo de todas as atenções e o consequente uso e abuso abuso de drogas em musicas como “Young Lust”, “One of My Turns”, “Don’t Leave me Now” ou “Another Brick in The Wall (part 3)” Com todos esses traumas, que são vistos por Roger Waters como tijolos de um muro que Pink vai construindo a sua volta, “Goodbye Cruel World”, “Hey You” ou “Is There Anybody Out There?” isolando-se de tudo e todos, vivendo em seu próprio mundo imaginário, longe da realidade. No fim, Pink é julgado e o Juiz acaba por condená-lo a destriur o muro e a voltar novamente a realidade “The Trial”.
Na verdade Roger Waters quis traçar um paralelismo com a vida de Pink e a vida de todos nós e os problemas da sociedade moderna como a solidão, a falta de compreensão entre as pessoas, o consumismo e as fugas que por vezes surgem a problemas que nem sempre são o melhor caminho, a semelhança do que fez em “Animals” numa critica a sociedade, a criatividade de Roger Waters não deixou de ter uma função de critica e de adaptação a realidade em “The Wall”. Deste álbum resultaram o classico “Another Brick in The Wall (part 2)”, que chegou a ser censurado em alguns países por ser considerado um hino a revolta dos estudantes, e “Comfortably Numb”, uma das poucas faixas que não teve composição exclusiva de Roger Waters, tendo David Gilmour também participado na composição e é autor de um dos melhores solos de guitarra da história do rock.
Ficou descrita a ideia deste álbum, o seu conceito e a sua génese, será porventura um dos álbuns que a semelhança de outros dos trabalhos dos Pink Floyd e pelo facto de ser um álbum conceptual ter de ser escutado com atenção para que se entre verdadeiramente na história e se goste do álbum, é um álbum rock , á anos 70 com uma sonoridade já em certa parte assumida em “Animals” em que há um certo “corte” com sonoridades mais progressivas e psicadelicas, surge como resposta dos Pink Floyd ao movimento punk (e que resposta…) e vendeu mais de 30 milhões de copias em todo o mundo, atingindo nos Estados Unidos a platina por 23 vezes e sendo o 3º álbum mais vendido de sempre nos Estados Unidos.
Na Tour de “The Wall”, que teve concertos apenas em Nova Iorque, Los Angeles, Londres e Dortmund, devido aos elevados custos dos concertos (Tour esta que chegou mesmo a dar prejuízo) era construído um muro entre a banda e o publico a medida que o concerto ia avançando , terminando com o derrube do muro no final do concerto. Posteriormente a “The Wall” as relações entre os membros da banda esfriaram-se ainda mais, Roger Waters afirma que os restantes membros do grupo nunca perceberam a ideia de “The Wall” ficando mesmo com os direitos sobre esta obra aquando da disputa legal pelo nome da banda que foi entregue aos restantes membros (David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason). Na sequência disso, Roger Waters faz em 1990 um simbólico concerto em Berlim após a queda do Muro onde recria esta ópera-rock com a participação de grandes nomes internacionais como Scorpions, Van Morrison, Sinead O’Connor ou Brian Adams, sendo esse concerto a considerado pelo Guiness Book o maior concerto rock alguma vez produzido.
O álbum foi também adaptado ao cinema por Alan Parker no filme “Pink Floyd The Wall” e ao teatro em musical na Broadway.
“The Wall” é por tudo o que representa sem margem para duvidas um dos melhores álbuns não só dos anos 70 mas uma referência musical e artística do século XX… uma obra prima.


Comfortably Numb - Pink Floyd

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Shepherd Moons (1991) - Enya

Depois de “Watermark” de 1988, o álbum que popularizou Enya e também a musica Celta, surge o álbum desta semana: “Shepherd Moons”. Enya, nunca renegou as suas origens, a musica celta foi sempre a sua forte inspiração, diz-se que “Shepherd Moons” é a continuação do bem sucedido “Watermark”, e de facto não deixa de o ser, por meu turno considero este álbum marcante por várias ordens de razão, não só pela continuação em Enya continuar colada a musica celta sem receios, mas também pelo sucesso que fez nos EUA, uma vez que “Watermark” já havia feito sucesso na Europa, mas passado despercebido do outro lado do Atlântico, “Shepherd Moons” deu a Enya um reconhecimento mundial.
O álbum é composto por 12 faixas, faixas que encaixam bem, numa sequência de sons calmos e relaxantes, na belíssima voz de Enya, letras com identidade, uma vez que vai beber a cultura irlandesa e celta a sua inspiração e de uma beleza excepcional. O álbum começa com um muito bem conseguido tema instrumental que dá titulo ao trabalho “Shepherd Moons”, a partir dai e ao longo do álbum, vamos-nos deparando com musicas de uma beleza excepcional, inevitável a referência á faixa seguinte “Caribbean Blue” uma faixa de destaque, uma das musicas mais conhecidas de Enya, muito por culpa do mediatismo que foi conhecendo devido á sua sucessiva inclusão ora em anúncios televisivos ora em series, uma faixa muito bela, que acaba por servir de referência do resto do álbum. “Book Of Days” também bastante conhecida, como “Marble Halls” faixa em que destaco muito em especial a voz de Enya, uma faixa que é a meu ver uma das melhores desta artista Irlandesa. “No Holly For Miss Quinn” (instrumental), “Angeles” e “How Can I Keep From Singing” onde se destaca especialmente nesta ultima a ligação com a musica tradicional do seu pais natal. Enya chega mesmo ao ponto buscar as suas origens inspiração ao ponto de cantar belíssimas canções na sua lingua de origem o Irlandês em “Evacuee” “Ebudæ”, “Lothlórien”, “After Ventus” e “Smaiointe”.
Um trabalho excepcional de Enya, um álbum que não engana ninguém visto estar fielmente ligado a uma sonoridade e cultura irlandesa. Faixa a faixa é um trabalho que nos envolve e inevitavelmente nos transporta para um lugar distante. “Watermark”, o álbum anterior de Enya, é também ele muito bom, “Shephered Moons” é a sequência natural, um álbum não muito diferente mas como já referi, teve outro impacto a nível mundial diferente de “Watermark”, digamos que “Watermark” foi um álbum que surgiu numa altura em que os anos 80 estavam no auge e é natural principalmente nos EUA que um álbum de uma sonoridade como a musica celta, não tivesse impacto… “Shephered Moons” trouxe a musica celta ás “massas”.
A excelência e magia de “Shephered Moons” fez com que se vendessem mais de 10 milhões de copias em todo o mundo, uma marca fantástica para um álbum de world music, e foi premiado no ano 1993 com um Grammy para melhor álbum desta categoria musical.
Não só este álbum como todo o trabalho de Enya é notável no que diz respeito a forma com que se passou a abordar a world music, mas principalmente a new age e a musica celta, foi um trabalho que derrubou barreiras e trouxe este tipo de musica para o mercado. Muito por culpa do trabalho de Enya, apareceram a fazer sucesso em todo o mundo grupos que experimentavam sonoridades new age/chillout á altura sonoridades que passavam ao lado dos sucessos comerciais como os Era ou os Enigma.
“Shephered Moons” é obrigatório, mesmo para quem não gosta de musica celta.


caribbean blue - enya - caribbean blue