domingo, 28 de fevereiro de 2010

Animals (1977) - Pink Floyd

Quem já leu “O Triufo dos Porcos” de George Orwell terá uma capacidade maior de entender este trabalho. Conceptual, progressivo, numa altura em que Roger Waters teimava em ser o lider criativo dos Pink Floyd, altura em as que guerras internas se começavam a instalar , numa banda que a pouco e pouco deixava de o ser…
Talvez, Roger Waters com “Animals” quisesse antever o futuro da banda, o que é certo é que a sua acutilância critica sobressai e começa a dar nas vistas com este trabalho, uma fabula musical, em que Waters não poupa a sociedade moderna que segundo Waters todos têm culpa num mundo cada vez maispromiscuo, corrupto e falso.
Waters divide a sociedade em 3 classes: Cães na faixa “Dogs”, porcos na faixa “Pigs (three different ones)” e carneiros em “Sheep”. Todas estas faixas têm mais de 10 minutos, são exemplo do que os Floyd haviam habituado o público e conquistado fãs em todo o mundo com álbuns como “The Dark Side of the Moon” de 1973 e “Wish You Where Here” de 1975, melodias densas, um rock conpetual e exemplarmente bem executado tinha continuação em “Animals”, num muito bom intruzamento entre excelentes musicos. As letras essas são maracdas pelo sarcasmo bem ao estilo de Roger Waters.
Com “Dogs”, Roger Waters quer representar a nova burguesia de homens de negocios, pseudo-capitalistas sempre a espera de oportunidades para subir na vida a todo o custo, passando por cima de tudo e todos, ganância cega que mais cedo ou mais tarde iria voltar-se inevitavelmente contra os próprios “Dogs”. Com “Pigs (three different ones)”, Waters quis apontar o dedo a classe politica em que Margaret Thatcher é inevitavelmente visada e os “opinion makers”, moralistas como Mary Whitehouse a altura empenhada critica dos Pink Floyd. A semelhança da obra de George Orwell, Waters entende que a classe politica nada mais pretende que servir-se a si mesma, pondo e dispondo de promoessas e unicamente preocupada em manter os seus postos. Com “Sheep”, estão implicitas referências a todos aqueles que não sendo nem “Dogs” nem “Pigs” são como carneiros não possuindo pensamento próprio limitando-se a seguir o lider… A abrir e a fechar este trabalho, “Pigs On The Wing (Part 1)” e “Pigs On Wing (Part 2)” muscas dedicadas a sua companheira de então, Caroline em que Waters pretende transmitir a mensagem que enquanto duas pessoas se amarem verdadeiramente podem ajudar-se uma a outra protegendo-se do mundo perigoso descrito em todo o álbum. Visto a distância de mais de 30 anos, duvida não há em enaltecer a capacidade lirica de Roger Waters, que faz em “Animals” um retrato que embora bastante negro da sociedade, acaba por por todos a pensar sobre a verdadeira essencia da natureza humana. Em termos que mais interessam a este espaço que é a musica, David Gilmour apresenta-se numa excelente forma, sendo autor de solos fantásticos especialmente em “Dogs”, Richard Wright e Nick Mason, como sempre também se intormetem com a sua marca de qualidade imprescindivel para transformar os Floyd na banda de topo que sempre conhecemos. A guerra interna começava ai, com Waters a querer cada vez mais assumir o controlo criativo da banda, pondo e dispondo dos restantes elementos, no álbum seguinte “The Wall” de 1979, o relacionamento entre os membros detriorou-se de tal forma que a banda práticamente deixava de existir como tal …
A capa também ela se destaca, não só pela magnifica fotografia de Central Electrica de Battersea, mas também pelo porco insuflavel que se pode ver na capa e que foi utilizado na digressão promotora de “Animals” e bem recentemente por Roger Waters em seus concertos, servindo como de imagem de marca dos Pink Floyd.
Não me cabe a mim analisar a actual sociedade, e compará-la com a de então, Waters terá o seu pensamento e a sua maneira de ver o mundo, assim como cada um terá a sua, masa a esta distância, não estaria ele a antever o futuro dos Floyd e a voltar-se não só para fora como para dentro do próprio grupo? E alimentando a “novela” do grupo, quem é quem nos Pink Floyd?