segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Oxigene (1976) - Jean Michel Jarre

“Filho de peixe sabe nadar”, este ditado encaixa que nem uma luva ao francês Jean Michel Jarre, que seguindo as pisadas do pai (o compositor Maurice Jarre) desde cedo enveredou pela carreira musical.
O álbum desta semana é o terceiro da carreira deste artista francês “Oxygene” é na opinião de muitos dos entendidos e fãs, o melhor da longa carreira de Jarre
Este disco foi editado primeiramente em França no ano de 1976 e devido ao estrondoso sucesso que obteve, cedo se concluiu que não podia ficar por ai, sendo posteriormente editado em todo o mundo, no ano de 1977.
Falando do álbum em si, é um álbum instrumental, inovador, futurista, diferente do que até então se tinha ousado fazer um daqueles álbuns que marcou uma época e que eu considero na minha modesta opinião uma obra prima. Dividido em seis faixas: Oxygene I a VI, tocado só com instrumentos electrónicos, destaco principalmente as faixas “Oxygene II” utilizado inúmeras vezes para anúncios de Televisão, e a “Oxygene IV", um hino “new age”, referenciando o ambiente como tema central deste álbum, e cujo videoclip nos transporta para as paisagens inóspitas da Antárctica. Este álbum faz parecer uma banda sonora, a imagem de marca de Jarre foi sempre a criação de ambientes. Um álbum calmo que flui, ideal para relaxar e que se considera marcante e inovador não só pela musica propriamente dita “new age” mas também pela abordagem que o futurista Jean Michel Jarre faz neste álbum a um tema delicado que até então nunca fora abordado: o ambiente. A capa também ela merecedora de destaque considerada uma das mais bem conseguidas capas da história da musica moderna, representa o Planeta Terra a desfazer-se com um crânio humano no interior.
O álbum atingiu o 2º lugar No top Britânico e o 78º nos EUA, Portugal foi desde o inicio reconhecedor do potencial e da qualidade desta obra e do talento de Jean Michel Jarre tendo sido o pais logo a seguir a França onde o album mais cedo atingiu vendas consideráveis.
Numa altura em que a musica electrónica dava os primeiros passos e era apenas uma miragem do que hoje é, e que apenas os alemães Kraftwerk conjuntamente com Jean Michel Jarre se aventuravam nestas lides, este album teve o condão de inspirar músicos a aventurarem-se neste campo tão desconhecido até então, deu alento, motivou e revolucionou a musica electrónica e mesmo a musica isto numa altura em que o Glam-Rock estava no auge e o Punk começava a dar os primeiros passos, valeu a Jarre vários galardões como o "Grand Prix Du Disques" da Charles Cross Academy, e a revista americana "People" considerou em consequência de “Oxygene”, Jean Michel Jarre uma das personalidades do ano, para já não falar no facto do álbum ter colocado Jean Michel Jarre no “mapa” da cena mundial da musica e passados mais de 30 anos da sua edição ser considerado um dos percursores musica electrónica (juntamente com os Kraftwerk) e o pai das “rave parties”, festas estas que celebrizaram Jarre um pouco por todo o mundo e que por quatro vezes inscreveram Jean Michel Jarre no Livro de Recordes do Guiness.
Jean Michel Jarre passou este ano por Portugal (pela primeira vez) para dois concertos nos coliseus de Lisboa e do Porto, para tocar na integra o álbum "Oxygene"(por ocasião do 30º aniversario da sua edição), e prometeu voltar em breve para um concerto ao ar livre… Os fãs portugueses aguardam, será sempre bem vindo!
"Oxygene" é intemporal e pela temática que aborda, passados 30 anos nunca fez tanto sentido escutá-lo…


Oxygene IV - Jean Michel Jarre

1 comentário:

Elemento Musical disse...

Um som fabuloso e que sempre cativou público de várias vertentes musicais. Já tinha saudades deste tema. :-)
Obrigado Daniel!!!