segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tubular Bells (1973) - Mike Oldfield

Curiosa e fascinante é a estória do álbum desta semana, “Tubular Bells” do britânico Mike Oldfield. Muito se tem dito e escrito acerca deste álbum e de todas as curiosidades que ele envolve, a mim e passados mais de 30 anos continua a ser um álbum do qual não prescindo.
Não se pode dizer que Mike Oldfield fosse um “novato” nas andanças da musica. Quando com apenas 19 anos compôs “Tubular Bells”, já havia participado em projectos como os Softmachine ou Sallyangie (com sua irmã Sally Oldfield), mas o que é fascinante em Mike Oldfield é a sua capacidade de autodidacta que o levou a aprender a tocar um sem numero de instrumentos e aos 19 anos o levou a compor um álbum com a complexidade de “Tubular Bells”. Contudo, como é fácil de calcular uma peça musical dividida em duas partes de mais de 20 minutos não havia de ser fácil de vender e mesmo com a ajuda de outro génio, o então desconhecido Richard Brenson, proprietário do estúdio onde Oldfield gravara “Tubular Bells”, que tentava junto das editoras que o álbum pudesse ser editado, tentativas estas todas frustradas, era impensável editar um álbum de um jovem de 19 anos, completamente instrumental e com aquela duração, fracasso a vista pensavam as editoras… Foi então que Brenson teve a excelente ideia de fundar a sua própria editora para comercializar "Tubular Bells", e assim fez. A Virgin foi fundada por Richard Brenson com o único objectivo de comercializar Tubular Bells e o objectivo foi mais que cumprido uma vez que “Tubular Bells” vendeu mais de 16 milhões de cópias.
O sucesso, teve tanto de curioso como de inesperado, nada fazia prever que um álbum como “Tubular Bells”, instrumental, e com uma longa duração que fazia dele um álbum “supostamente” pouco comercial, mas o que é certo é que vendeu e vendeu bem , sendo o álbum de rock instrumental que mais havia vendido até então. Este facto foi até alvo de estudos sociológicos, e é tido como um grande influência no campo da musica instrumental, chillout, new age e progressivo.
O segredo para o sucesso, ninguém o saberá apontar mas a mistura de sonoridades e de instrumentos, a sua grande maioria tocados pelo próprio Mike Oldfield, em que se cruzam instrumentos de cordas, campainhas tubulares e piano, com claras influências minimalistas e progressivas, e uma sonoridade melódica muito própria da guitarra de Mike Oldfield, que é ainda hoje sua grande imagem de marca, fez dele um álbum até a data pioneiro, e sem duvida único que marcou uma época.
A parte inicial de “Tubular Bells” serviu mesmo de banda sonora de um grande filme da época “O Exorcista”.
A atmosfera deste álbum é envolvente e é um trabalho que merece ser escutado da primeira a ultima nota, uma excelente composição de um dos grandes compositores da musica moderna, também conhecido como um dos melhores guitarristas do mundo e pelo seu autodidatismo e versatilidade enquanto multinstrumentista, capaz de juntar os mais diversos instrumentos, criando ambientes musicais únicos.
A capa também tem de ser referida, umas imagem apelativa e muito bem conseguida de uma campainha tubular dobrada e como fundo o mar, uma capa que ilustra sem duvida muito bem o conteudo musical deste trabalho.
Tubular Bells é sem duvida o trabalho mais conhecido de Oldfield, como que se de uma imagem de marca se tratasse, foi revesitado em 1992 em “Tubular Bells II” com uma abordagem diferente, mas que também chegou a número 1 no Top Britânico, em 1999 surge “Tubular Bells III” com uma abordagem inspirada claramente na musica electrónica e em 2003 com “Tubular Bells 2003”, mostrando o fascínio de Oldfield por esta obra e a sua tentativa de a revisitar das mais diversas formas, pois segundo ele nunca ficou satisfeito com o resultado final de “Tubular Bells”.
Um grande álbum, e uma das primeiras e bem sucedias abordagens a musica new age/chillout sem preconceitos, e com grande qualidade… imprescindível.


Tubular Bells Part 1 [The Exorcist] - Mike Oldfield

1 comentário:

Elemento Musical disse...

Mike...um músico que faz sonhar...