terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

The Wall (1979) - Pink Floyd

Com a criatividade dos Pink Floyd da exclusividade de Roger Waters, nota-se uma clara tendência por trabalhos conceptuais, exemplo disso é “Animals” de 1977 e principalmente o álbum desta semana, “The Wall”.
“The Wall” é de facto um álbum especial, que marcou uma época e uma geração e continua até hoje a fazer parte do nosso imaginário musical e artístico.
A ideia de “The Wall” surge em consequência da Tour de “Animals”, em que na mente de Waters devido ao seu muitas vezes mau relacionamento com o publico e consequente necessidade de abstracção dos Pink Floyd em relação á audiência lhe surge a ideia de construir um muro entre a banda e o público.
No duplo “The Wall” Roger Waters conta-nos a estória de Pink, uma estrela rock, (um misto do próprio Roger Waters e do antigo lider dos Floyd Syd Barrett) que ao longo da sua vida vai tendo alguns traumas, como o facto de nunca ter conhecido o pai, ideia presente na faixa “Another Brick in The Wall (part 1)”, a guerra “Goodbye Blue Sky”, “Vera” ou “Bring the Boys Back Home” o facto de ter sido “massacrado” na escola e de a sua infância ter sido desperdiçada em coisas para as quais não tinha vocação ficando privado de fazer aquilo que mais gostava “The Happiest Days of Our Lives”, “Another Brick in The Wall (part 2)”, foi demasiado protegido pela mãe “Mother”, um casamento mal sucedido em “Nobody Home” e o uso e a vida de estrela da musica alvo de todas as atenções e o consequente uso e abuso abuso de drogas em musicas como “Young Lust”, “One of My Turns”, “Don’t Leave me Now” ou “Another Brick in The Wall (part 3)” Com todos esses traumas, que são vistos por Roger Waters como tijolos de um muro que Pink vai construindo a sua volta, “Goodbye Cruel World”, “Hey You” ou “Is There Anybody Out There?” isolando-se de tudo e todos, vivendo em seu próprio mundo imaginário, longe da realidade. No fim, Pink é julgado e o Juiz acaba por condená-lo a destriur o muro e a voltar novamente a realidade “The Trial”.
Na verdade Roger Waters quis traçar um paralelismo com a vida de Pink e a vida de todos nós e os problemas da sociedade moderna como a solidão, a falta de compreensão entre as pessoas, o consumismo e as fugas que por vezes surgem a problemas que nem sempre são o melhor caminho, a semelhança do que fez em “Animals” numa critica a sociedade, a criatividade de Roger Waters não deixou de ter uma função de critica e de adaptação a realidade em “The Wall”. Deste álbum resultaram o classico “Another Brick in The Wall (part 2)”, que chegou a ser censurado em alguns países por ser considerado um hino a revolta dos estudantes, e “Comfortably Numb”, uma das poucas faixas que não teve composição exclusiva de Roger Waters, tendo David Gilmour também participado na composição e é autor de um dos melhores solos de guitarra da história do rock.
Ficou descrita a ideia deste álbum, o seu conceito e a sua génese, será porventura um dos álbuns que a semelhança de outros dos trabalhos dos Pink Floyd e pelo facto de ser um álbum conceptual ter de ser escutado com atenção para que se entre verdadeiramente na história e se goste do álbum, é um álbum rock , á anos 70 com uma sonoridade já em certa parte assumida em “Animals” em que há um certo “corte” com sonoridades mais progressivas e psicadelicas, surge como resposta dos Pink Floyd ao movimento punk (e que resposta…) e vendeu mais de 30 milhões de copias em todo o mundo, atingindo nos Estados Unidos a platina por 23 vezes e sendo o 3º álbum mais vendido de sempre nos Estados Unidos.
Na Tour de “The Wall”, que teve concertos apenas em Nova Iorque, Los Angeles, Londres e Dortmund, devido aos elevados custos dos concertos (Tour esta que chegou mesmo a dar prejuízo) era construído um muro entre a banda e o publico a medida que o concerto ia avançando , terminando com o derrube do muro no final do concerto. Posteriormente a “The Wall” as relações entre os membros da banda esfriaram-se ainda mais, Roger Waters afirma que os restantes membros do grupo nunca perceberam a ideia de “The Wall” ficando mesmo com os direitos sobre esta obra aquando da disputa legal pelo nome da banda que foi entregue aos restantes membros (David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason). Na sequência disso, Roger Waters faz em 1990 um simbólico concerto em Berlim após a queda do Muro onde recria esta ópera-rock com a participação de grandes nomes internacionais como Scorpions, Van Morrison, Sinead O’Connor ou Brian Adams, sendo esse concerto a considerado pelo Guiness Book o maior concerto rock alguma vez produzido.
O álbum foi também adaptado ao cinema por Alan Parker no filme “Pink Floyd The Wall” e ao teatro em musical na Broadway.
“The Wall” é por tudo o que representa sem margem para duvidas um dos melhores álbuns não só dos anos 70 mas uma referência musical e artística do século XX… uma obra prima.


Comfortably Numb - Pink Floyd

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