segunda-feira, 23 de março de 2009

Close to the Edge (1972) - Yes

Depois de uma década de 60 repleta de sucessos musicais de três minutos que invadiam as radios e que tanto sucesso fizeram, a nova década dava sinais claros de que a musica iria muito mais alem, mostrando-se muito mais elaborada e perfeccionista, esta é uma altura em que o rock progressivo começava a impor-se na cena musical a nível mundial, e os Yes depois de um inicio de carreira muito marcado por inúmeras entradas e saídas da banda e correspondente instabilidade, consegue no ano de 1972, dois álbuns bastante bem conseguidos e aclamados pela critica. Falo de “Fragile” e do álbum desta semana “Close to the Edge”.
Um álbum marcadamente progressivo “Close to the Edge” apresenta somente três faixas “Close to the Edge”, “And You And I” e”Siberian “Kathru”, as duas primeiras que por sua vez se subdividem em outras partes. “Close to the Edge” inspirada na obra “Sidarta” de Hermann Hesse, é talvez a mais versátil de todo o álbum,com mais de 18 minutos, subdivide-se em quatro partes, “The Solid Time of Change” uma faixa versátil com uma balburdia musical, que dá lugar a uma linha mais normal de um som progressivo . “Total Mass Retain” surge na consequência da parte anterior e dentro da sua linha, seguindo-se a parte “I Get Up I Get Down” com uma linha sonora bem mais calma em que se destaca o teclado de Rick Wakeman influênciado em Bach. A faixa “Close to the Edge” termina em grande com a ultima parte “Seasons of Man” em que se destaca novamente os teclados a magnifica voz de Jon Anderson, poerfeitamente encaixada no estilo musical em causa. A faixa seguinte “And You And I” divide-se igualmente em quatro partes, “Cord of Life”, “Eclipse”, “The Preacher The Teacher” e “Apocalypse”. Nesta faixa destaca-se mais uma sonoridade acústica em todas as partes em contraste com um maior destaque aos teclados na faixa anterior, referência também deve ser feita inevitavelmente as influências religiosas a que Jon Anderson recorre que viriam também a ser utilizadas muito em especial no álbum seguinte dos Yes “Tales From Topographic Oceans” do ano seguinte. A faixa que encerra o álbum é “Siberian Kathru” uma faixa que ao contrario das anteriores não está dividida em partes e que é bem diferente de todo o que há para trás no álbum visto estarmos perante uma sonoridade claramente influenciada pelo rock n’roll, uma faixa rápida e em que se destaca como não podia deixar de ser a guitarra de Steve Howe e também a qualidade e versatilidade de toda a banda.
Um álbum com temas longos mas sem ser muito longo, expoente máximo do espectáculo perfeccionista e elaborado que foi o rock progressivo nos anos 70, é apontado como um dos melhores álbuns do género e que depois dele os Yes também se tornaram numa referência musical a nivel mundial. Apesar de todas as referências surrealistas características do rock progressivo e bem presentes neste álbum, bem como as musicas com longos instrumentais altamente elaborados, é um álbum que mesmo para quem não admire muito todo o espectáculo e parafernalia progressiva, não terá dificuldade em ouvir e a ficar preso do inicio ao fim.
Aclamado pela critica desde o seu lançamento como referência máxima no artrock/progressivo, qualidade que o tempo veio provar e e visto a distancia destes anos todos continua a ser um álbum de topo e deve servir não só como referência dos Yes, mas acima de tudo como expoente máximo do que foi a musica na década de 70.


And You and I: Cord of Life/Eclipse/The Preacher the Teacher/Apocalypse - Yes

1 comentário:

Phil disse...

Um disco soberbo e indispensável em qualquer discografia progressiva e de um bom apreciador de música, pois é clássico e necessário para definição de progressivo dentro da sua complexidade e magnificência