segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Music for the Masses (1987) - Depeche Mode

Os Depeche Mode foram uma banda que desde cedo soube conquistar o seu espaço na cena musical dita synth-pop, na altura em que surgiram (inicio dos anos 80) usava-se e abusava-se dos samplers e dos sintetizadores, bandas como Human League, Orchestral Manouvers in the Dark, Erasure entre outras, conquistavam a pouco e pouco os tops, destronando o rock.
O 6º álbum de estudio dos Depeche Mode, “Music for the Masses” de 1987, surge como uma evolução da banda, e uma tentativa de adaptação uma realidade sonora que vinha a surgir em finais dos anos 80. De facto e depois de uma ligeira mudança já ocorrida no trabalho anterior “Black Celebration”, em que a sonoridade se tornou um pouco mais complexa assim como as letras mais intensas, deixando um pouco de parte a sonoridade pop, que conotavam ainda os Depeche Mode como uma banda de “teenagers” irreverentes que faziam um tipo de musica fácil, e que até soava bem, “Music For the Masses” foi ainda mais longe que o anterior “Black Celebration” foi um álbum de roptura em que os Depeche Mode atingiram a maturidade musical, adaptam-se compeltamente a uma sonoridade que vinha a surgir, o rock começava a estar novamente na moda e os Depeche Mode perceberam isso como ninguém, assim abandonam definitivamente os samplers e a sonoridade mais marcadamente synth-pop, uilizam pela primeira vez guitarras que nunca mais viriam a largar, e fazem da criação de ambientes sonoros o seu cartão de visita. Quanto a carga lirica, é considerado ao mesmo tempo romântico, épico e depressivo, o álbum é obscuro mas ao mesmo tempo dá vontade de dançar…
Composto por 14 faixas, o principal destaque vai para a faixa de abertura “Never Let Me Down Again”, uma faixa sobre amizades traidas, um clássico da banda, com um videoclip (realizado por Anton Corbijn) igualmente muito bom, “Strangelove” um sucesso nas pistas de dança no outro lado do Atlântico, obrigatória nas compilações de musica electrónica dos anos 80, “Little 15” e a seu lirismo depressivo, sobre memorias passadas ou “Behind the Wheel” uma continuação de “Never Let Me Down Again”, novamente o video está excelente, mais uma musica sobre o amor em que David Gahan interpreta de forma genial as letras de Martin Gore. Pelo meio surgem as restantes musicas “The Things You Said”, “Sacred”, “I Want You Now”, “To Have and to Hold”, “Nothing” e “Pimpf”, e as bonus tracks “Agent Orange”, “Pleasure Little Treasure” (que também destaco) que veêm comprovar a mudança arrojada de estilo da banda e também versões diferentes de “Never Let Me Down Again” e “To Have And To Hold”.
Apesar de não ter sido nada bem recebida pelo público britânico habituado a uma sonoridade pop mais electrónica e com uso e abuso de samplers, talvez derivado a aversão a mudança do povo britânico, o que é certo é que nos Estados Unidos os Depeche Mode conseguiram o sucesso e o reconhecimento que nunca haviam conseguido, obtendo vendas assinalaveis de mais de 1 milhão de cópias, e uma tourné que consagrou a banda encerrando com um concerto no Pasadena Rose Bowl para mais de 80000 pessoas, (impensável na altura para uma banda de musica electrónica!) fez com que se passasse a catalogar a banda como alternativa devido as letras e ao novo publico que este trabalho conquistou, este álbum é considerado como a grande inspiração da corrente pop-electrónica que surgiu em finais dois anos 80, inicios dos anos 90, e com bandas rock como os Smashing Pumpkins ou os Deftones a reconhecerem a inspiração recebida deste trabalho.
Dizer que este álbum marcou a viragem do estilo dos Depeche Mode é pouco, marcou também os anos 80, o álbum é apontado como uma referência na musica electronica e os Depeche Mode mostraram ao mundo como era possivel uma banda reinventar-se, sem perder a sua identidade.
“Music for the Masses”: A synth-pop não morreu, foi reinventada…


Strangelove - Depeche Mode

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