segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Soul Mining (1983) - The The

Do projecto pessoal de Matt Johnson, The The o álbum desta semana “Soul Mining” é um álbum pop, mas de uma pop muito especial, daquela que soa bem e que não cansa ao ouvir… ao bom jeito dos anos 80. Com 2 álbuns já realizados, “Spirits” de 1979 e “Burning Blue Soul” de 1981, “Soul Mining” é contudo ainda hoje apontado como a grande estreia de Matt Johnson, devido ao fraco impacto dos trabalhos anteriores, “Soul Mining” marcou a diferença, um álbum que como muitos na altura não ficou alheio a realidade de então…
Composto por 8 faixas e de duração total de pouco mais de 40 minutos, “Soul Mining” é por vezes criticado por ser curto (critica que eu não partilho) entendo que os álbuns não são bons pelo numero de musicas e sim pela sua qualidade mas até percebo o sentido da critica, é o sentido do “ja acabou?, quero mais!” e nesse sentido devo dizer que as criticas são perfeitamente legitimas!
A abrir, a faixa “I’ve Been Waiting For Tomorrow (All of My Life)”, com uma batida forte e constante, pura angústia a alta velocidade. Segue-se aquela que foi considerada pela critica uma das melhores musicas da decada e devo confessar ser uma das minhas preferidas “This is the Day” o oposto da anterior e do que na altura se fazia, uma musica alegre com uma sonoridade que fica no ouvido devido ao acordeon e a batida e as palmas constantes no fundo e a voz grave de Matt Johnson. Esta musica fez sucesso em todo o mundo e é impossivel conseguir não nos deixarmos levar e não ouvi-la até ao fim, uma obra de arte! De seguida “The Sinking Feeling” em que Matt Johnson volta a linha da primeira musica com uma letra angustiante e depressiva, mas com uma sonoridade marcadamente psicadelica. “Uncertain Smile” é sem duvida uma das musicas de destque do álbum, uma faixa pop, simples, que fica no ouvido a terminar com um fantastico solo de piano de Jools Holland. “The Twilight Hour" mais uma musica depressiva a letra é sobre uma especie de chamada telefonica que nunca chega. Temos depois a faixa que dá titulo ao album, “Soul Mining”, lenta e igualmente depressiva (para não destoar), que a meu ver soa muito bem sendo uma das melhores do álbum, com grandes arranjos de sintetizador. “Giants” com a sua sonoridade marcadamnente funk. A terminar “Perfect” só acrescentado posteriromente quando o álbum foi lançado nos Estados Unidos, é uma agradavel musica em que se destacam mais uma vez arranjos de acordeon e uma muito boa linha de sintetizadores.
Em suma, o álbum viaja por varios estilos como atras ficou descrito (psicadelismo, synth-pop, funk, new wave) numa altura em que estava em voga contruir musicas a partir de letras cinzentas e depressivas, sem nunca deixar de ter como fundo uma brilhante sonoridade pop que marca o compaço faixa a faixa, as letras essas como já constatei atrás viajam do alegre e bem disposto, ao depressivo constante em quase todas as faixas do álbum.
Ficou feita a revista de uma obra que para muitos é considada de perfeita, um disco obrigatorio quando se faz uma retrospectiva do que foi a pop nos anos 80, musicas como “This is the Day” ou “Uncertain Smile” fizeram sucesso nas radios e pistas de dança naquele ano e marcaram a decada de 80. Depois dos sucesso comercial com “Soul Mining” Matt Johnson foi mudando de estilo em estilo, tocando com diversos musicos incluindo o guitarrista dos Smiths, Johnny Marr, e até conseguiu algum sucesso posterior a “Soul Mining” nomeadamente com “Mind Bomb” de 1989… mas, para ele concerteza que esse facto de vender ou não, de ter ou não ter sucesso teve pouca relevancia, esteve sempre e de certo mais preocupado em experimentar fazer coisas novas, arrojadas e diferentes na musica do que propriamente em fazer trabalhos rentaveis, o lado comercial ficou sempre para segundo plano , e o sucesso alcançado com este álbum foi de certo inesperado pelo proprio Matt Johnosn.
“Soul Mining” é pop que marcou e que ficará para sempre…

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